Club de Regatas Vasco da Gama

CR VASCO DA GAMA

CR VASCO DA GAMA

O Primeiro Grande Troféu do Vasco

No dia 19 de junho de 1904, o Club de Regatas Vasco da Gama conquistou a primeira taça de sua laureada história, o primeiro troféu mais representativo: a “Taça Jardim Botanico”.

O Clube venceu o 5.º páreo da Regata promovida pelo Club Internacional de Regatas, intitulado Prova Clássica “Companhia Ferro-Carril Jardim Botanico”. Esse prêmio rendia homenagem à empresa de transportes públicos que administrava diversas linhas de bondes elétricos da cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Criada em 26 de maio de 1901, essa Prova Clássica era realizada anualmente pela Federação Brasileira das Sociedades do Remo, e oferecia como premiação, além da Taça, medalhas de ouro, prata e bronze “Jardim Botanico”.

Sua primeira edição ocorreu em 06 de outubro de 1901, e até 1903 era disputada por canoas a 4 remos, na distância de 1.000 metros, na classe Seniors (composta por remadores que já haviam conquistado dois primeiros lugares na classe Juniors).

A partir de 1904, a “Prova Clássica F. C. Jardim Botanico” passou a ser disputada por barcos do tipo yoles franches a 4 remos, e teve aumentada a sua distância para 2.000 metros, permanecendo na classe Seniors.

Mesmo após a empresa “Jardim Botanico” ter sido incorporada pela companhia de eletricidade “Light and Power”, a prova continuou a ser disputada com seu nome original e premiação até a sua extinção, tendo o Vasco a conquistado em 1906, 1925 e na sua última edição, em 1926.

Justamente no ano de 1904, quando a Prova foi aprimorada, o Club de Regatas Vasco da Gama a venceu com a yole “ALBATROZ”. Formavam a histórica guarnição vascaína: Alberto de Castro (patrão/timoneiro) e os remadores Antonio Taveira, Albano da Costa Fonseca, Joaquim Duarte Guedes e João Jorio. Cortando as águas da Enseada de Botafogo em 8 minutos, 12 segundos e 2 centésimos, “ALBATROZ” não deu chances aos seus adversários. A secundá-la, o barco “BRASIL”, do Club de Regatas Boqueirão do Passeio.

No dia 25 de julho daquele ano, após a conquista vascaína da Prova Clássica Ferro-Carril Jardim Botânico, vários clubes coirmãos aprovaram medidas que deixavam mais rígidas as inscrições dos atletas do remo na Federação Brasileira das Sociedades do Remo. Era uma nítida tentativa de atingir os imigrantes lusitanos que laboravam no setor comercial, a base associativa da agremiação vascaína desde a sua Fundação, e brasileiros de baixa condição social.

O Vasco votou contra a medida. A investida preconceituosa dos clubes coirmãos não impediu a trajetória vitoriosa da agremiação vascaína.

A gloriosa conquista náutica de 1904 foi um prelúdio do sucesso no ano vindouro, pois, com exceção do timoneiro Alberto de Castro, os demais membros da “ALBATROZ” fizeram parte da guarnição do barco “PROCELLARIA” e venceram o “Campeonato Rio de Janeiro” do ano de 1905, o primeiro Campeonato de Remo do Club de Regatas Vasco da Gama. No ano seguinte, 1906, o Vasco da Gama conquistaria ainda o bicampeonato da Prova Clássica Jardim Botanico e do Campeonato de Remo do Rio de Janeiro.

* O conteúdo dos artigos publicados é de inteira responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a posição oficial do Club de Regatas Vasco da Gama.

Sobre Walmer Peres

No Vasco desde 2009, Walmer Peres formou-se em História pela UFRJ, possui Mestrado em História Política (UERJ) e cursa o Doutorado no PPGH-UERJ. Criador do Tour da Colina, atualmente, é o Historiador do C.R. Vasco da Gama e Coordenador do Centro de Memória CRVG.

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