Adão foi autor do primeiro gol da história do futebol do Vasco da Gama, marcado no dia 03 de maio de 1916, na estreia do Clube em jogos oficiais. A derrota vascaína por 10 a 1 para o Paladino Football Club não desanimou os associados e dirigentes que trabalhavam para a consolidação do ludopédio na agremiação vascaína. O gol de honra marcado por “Brandãozinho” ficou marcado na história do Clube da Cruz de Cristo, um sinal de que apesar do caminho difícil, o futuro vascaíno nesse esporte seria grandioso. 

O imigrante português de Penafiel era mais do que um jogador de futebol. Adão sagrou-se campeão carioca de remo em 1919 e 1921, e ainda praticou natação, polo aquático, atletismo, tênis de mesa e tiro esportivo (tiro ao alvo). Foi a expressão máxima do atleta vascaíno e uma das mais impressionantes figuras do amadorismo, pela dedicação ao Clube e variedade de esportes que praticou.

Os seus primeiros contatos com a bola foi ainda muito jovem, em 1910, quando estudava no Colégio São Carlos, na cidade do Porto. A sua qualidade chamou a atenção de um dirigente do Futebol Clube do Porto, que o levou para fazer parte do juvenil desse clube lusitano, onde jogou, como titular, até 1911. Dedicando-se mais ao futebol do que aos estudos, “Brandãozinho” ficou reprovado nos preparatórios. Seu pai, figura de prestígio na terra natal, resolveu mandar o filho para trabalhar no Brasil. Apesar de nascer em uma família de recursos, em 1912, Brandão chegou em terras brasileiras tendo que trabalhar como na Fábrica Adão, de calçados, como empregado de seu tio.

Nas folgas do duro regime de trabalho naquela época, Adão buscava bater uma bolinha. Não demorou para que se filiasse a um clube para praticar o esporte bretão. Passou a compor a equipe do Real Grandeza Football Club. Depois, foi defender as cores do Centro Português de Desportos. Em 1915, Brandão já estava no do Luzitania Sport Club. Sócio do Vasco da Gama desde 1913, foi um agente na institucionalização do futebol na agremiação vascaína, cuja formação inicial da equipe contou com associados do Lusitania, que estava em processo de insolvência.

Adão participou de todas as divisões e séries defendendo a camisa cruzmaltina: 3.ª Divisão, 2.ª Divisão, Série B da 1.ª Divisão e Série A da 1.ª Divisão. No Campeonato Carioca de 1923, Adão era reserva do time, mas atuou na primeira vitória do Vasco sobre o Botafogo/RJ, no primeiro encontro entre os clubes na história. Em 22 de abril, a equipe vascaína venceu a alvinegra por 3 a 1, na casa do adversário. O autor do primeiro gol do Clube, também ajudou a agremiação vascaína a conquistar o seu primeiro título contra os chamados “grandes do futebol” do Rio de Janeiro.

Brandão teve a maior parte da sua vida ligada ao Vasco. Casou-se com Rosa Portella, filha do grande dirigente vascaíno Alberto Balthazar Portella e da primeira sócia e Benemérita do Vasco, Avelina Fernandes Portella. No Clube, além de sócio e atleta, foi conselheiro, diretor, Vice-presidente da Assembleia Geral, Benemérito e Grande Benemérito.

No futebol vascaíno, a sua última partida ocorreu no dia 02 de dezembro de 1923, na vitória vascaína por 1 a 0 contra o Universal, do Uruguai. No geral, Brandão jogou 53 partidas pelo Vasco, com 16 vitórias, 8 empates e 29 derrotas, e marcou 4 gols. O número de jogos perdidos demonstra o quão foram difíceis os anos iniciais do ludopédio cruzmaltino. Adão faz parte da história do início e da consolidação do futebol do Club de Regatas Vasco da Gama.

Títulos

• Campeonato da Série B da 1.ª Divisão (1922)
• Campeonato Carioca (1923)